O ano de 2008 foi o pior ano da minha vida. Percebia que o tempo ia passando, uns dias à velocidade da luz – “já passou tanto tempo?” – outros a um passo de caracol – “só?”. A verdade é que no ano de
Relembrei, ao longo de momentos repetidos, que o caminho perseguido até então estava viciado e observado apenas com um olhar que não era o meu. Voltar a olhar paras as coisas e para as pessoas com o meu olhar, com o meu pensamento e com a minha genuína absorção da alma de outrem foi uma tarefa muito espinhosa. Por momentos pensei que tinha perdido a guerra e não apenas mais uma batalha de tantas que já tinham marcado os “dolorosos anos”.
Percebi que a aceitação é uma religião que, por tal, é absurda, estúpida e sem sentido. Aceitar o quê? O inevitável? Aceitar? A resignação de que chegou ao fim a longa caminhada da idiotice e do “maior erro da minha vida” seria, no mínimo, imatura. Por isso, é para a frente o caminho, pensei. Saídas impossíveis, assinaladas como tal. Entradas utópicas, ainda que sinalizadas como a “única coisa que me resta”. A esta altura o tempo urgia, via que os pequenos pormenores definíveis de mim se estavam a esvair em direcção à grande cova anteriormente desenhada de forma quase artística. “Porque tu gostas de esmiuçar-te até ao mais ínfimo pormenor”.
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